Eu vi Pelé jogar no Maraca

A jornalista Mônica Bichara prestigia o Blog do Brown com uma crônica que homenageia o Rei Pelé. Você vai ler e reler de tão interessante que é a história real. E após passear pelo ótimo texto veja o jogo que Mônica descreve, realizado em 1970. Está a um clique da sua curiosidade e informação.

Pelé prepara a jogada do segundo gol marcado por Tostão, em Brasil 2 x 1 México, 30-09-1970, no Maracanã. Reprodução do YouTube

Neste 2 de janeiro de 2023, primeiro dia útil do ano (se bem que o dia 1º foi um dos mais úteis que testemunhei em toda a minha vida, dia de renovação e esperança), nos despedimos fisicamente de Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos. Ou melhor, de Edson Arantes do Nascimento, porque o craque mesmo é imortal. Mas um filme vem passando em minha cabeça desde a quinta-feira (29/12), quando foi confirmada sua morte: eu vi Pelé jogar, ao vivo e a cores, em pleno Maracanã.

Fosse nos tempos atuais e eu teria um caminhão de fotos e vídeos para provar. Mas, naqueles tempos, setembro de 1970, eu, adolescente deslumbrada com a oportunidade única de conhecer, ao mesmo tempo, o ídolo, o maior estádio do Brasil e o Rio de Janeiro, nem sonhava com a possibilidade de ter uma máquina fotográfica. Filmadora então, nem pensar. Eram artigos de luxo. Melhor se contentar em guardar os lances no HD da memória e do coração.

E guardei. Lembro até a roupa que usei, cuidadosamente escolhida para o grande dia: calça jeans, blusa preta com ilhoses no ombro e touca preta de tricô destacando os cachos ainda louros naturais. Me sentia a própria. A euforia era tanta que eu assistia mais ao público que ao jogo amistoso entre Brasil x México, uma espécie de comemoração pelo tricampeonato da seleção brasileira na Copa do México, três meses antes.

E olhe que em campo, além de Pelé (que não fez gol nesse dia, para minha decepção), estavam lendas como Rivelino, Tostão, Carlos Alberto Torres, Gérson, Jairzinho…e ganhamos de 2 x 1. Êxtase! Tudo era novo, tudo era emoção, até a volta para casa à pé, com tios e primos desconhecidos, parentes de minha avó, que nem lembro mais os nomes. Nova festa pelas ruas cariocas, flashes internos num story imaginário.

Totalmente ignorante em matéria de futebol, não entendia nada do que estava rolando no campo – até hoje não sei, só quando pinta um gol. Então a vibração ficava por conta do quase fanatismo da época com a Seleção Canarinho, aquela idolatria incentivada pela Ditadura Militar, tudo era “90 milhões em ação, pra frente Brasil…”.

Nos jogos da Copa de 70, principalmente na final, lembro perfeitamente de ter ido para o quarto várias vezes rezar (isso mesmo, rezar) diante de um pôster dos jogadores preso na parede, desses encartados nas revistas. Crianças e adolescentes reproduziam a histeria coletiva pela seleção. O Brasil tinha que dar certo, nem que fosse em campo. Imaginem se o campo era o do Maraca, o que aumentava ainda mais o delírio. E Pelé no auge da carreira.

Com a morte do jogador, todos os lances desse dia mágico passaram como filme. Tanto que fui cavar e achei o vídeo sobre o jogo. Viva a internet que me resgatou as cenas reais desses momentos arquivados na minha memória pessoal.

Foto feita em 6 de outubro de 1976 por Luiz Paulo Machado. Saiba mais sobre essa foto:

https://www.diariodecanoas.com.br/esportes/2022/12/30/o-coracao-do-rei-a-historia-por-tras-de-uma-das-fotos-mais-classicas-de-pele.html

Viva Pelé!

Clique aqui ou na imagem acima e veja o jogo que emocionou Mônica em setembro de 1970


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