O Campeonato Brasileiro de futebol chegou ao final e os erros de arbitragens e gafes da CBF na entrega dos prêmios empanaram o brilho de craques e torcida durante a competição.
Impossível esquecer a entrada criminosa do zagueiro Bolívar contra Dodô, do Bahia, no jogo em que o Internacional venceu por 1 x 0. Lance dentro da área, fácil de marcar se o árbitro não fosse Paulo César Oliveira, que por várias vezes já demonstrou não ter capacidade para ser juiz de futebol. Ele marcou lance perigoso, mas deu cartão amarelo ao jogador do Internacional, o que subentende que o soprador de apito viu uma falta forte. O mais incrível estaria ainda por vir. O lance foi levado em vídeo para os juízes do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) averiguar. Os juízes impuseram, então, uma pena a Bolívar de quatro jogos de suspensão mais o tempo em que a vítima ficaria contundida (presumivelmente seis meses). A maioria aplaudiu, “ôba, finalmente bom senso na aplicação de penalidades desse tipo”. Três dias depois, porém, o mesmo STJD acatou medida liminar dos advogados do clube gaúcho e baixaram a pena para… 2 jogos e 15 dias de suspensão para o zagueiro agressor. Realmente!

O jogo foi disputado numa quarta-feira. No domingo seguinte o mesmo árbitro entrou em campo para apitar Atlético de Goiás x Palmeiras. Para a comissão de arbitragens ele não errara. É bom lembrar que naquele mesmo jogo ele deixou de dar dois pênaltis claros a favor do Internacional e se confundiu em vários lances.
Como se esquecer dos cinco gols feitos pelo Vasco e mal anulados pelos árbitros? O mesmo time carioca que teve um ano heróico depois de começar muito mal no campeonato local foi campeão da Copa do Brasil, chegou à semifinal da Sul-Americana e vice-campeão brasileiro e no meio de tudo isso viu seu treinador sofrer um AVC e a diretoria manter o interino até o fim.
O Vasco sofreu onze pênaltis, desses claros que nem comentaristas fanfarrões se escusam a acusar, e os árbitros simplesmente ignoraram e, em alguns deles, deram cartão amarelo a quem sofreu a falta. Dos onze pênaltis não marcados e que, logicamente, mudariam a história do campeonato, a torcida vascaína jamais esquecerá os dois contra o Flamengo: no primeiro turno, Léo Moura derrubou Bernardo claramente, aos 43 minutos do 2º tempo. E no último jogo do campeonato Willians ficou segurando a camisa do Diego Souza alguns segundos, mas o árbitro Péricles Bassols e seu auxiliar não quiseram ver.

Sua análise é corretíssima. Fica complicado vencer um campeonato quando, além do adversário (e todo mundo se entrega física, tática e psicologicamente), é preciso enfrentar também os cidadãos (árbitro e assistentes) incumbidos do direito de decidir o que é certo e o que é errado, o que pode e o que não pode, o que foi e o que não foi no campo de jogo. Peguemos como exemplo a última partida: um carioca foi escalado para apitar um clássico carioca. E o princípio da imparcialidade? É óbvio que o camarada leva para a partida suas impressões em relação às duas equipes, seja na condição de torcedor de uma delas, ou na condição de torcedor de uma das outras equipes cariocas, já que é muito pouco provável que ele torça para algum clube fora do Rio de Janeiro ou que não torça para time nenhum. Num lance ou outro vai manifestar sua preferência, sua simpatia ou antipatia, isso para dizer o mínimo, afora o caráter. Os pênaltis não marcados a favor do Vasco no último jogo e no decorrer de toda a competição foram claríssimos. Fica a sensação de que poderíamos sim ter vencido até com certa folga, mas também fica uma base pronta, brigadora, que sai de cabeça erguida e fortalecida, com prestígio, confiança e moral elevados, porque demonstrou brio, brigou em alto nível por todas as grandes competições que disputou (sinceramente, pra mim o campeonato estadual deve ser encarado como pré-temporada, todo ele, e tem um significado muito mais bairrista, importante pro ímpeto e ego do torcedor, do que uma destacada importância esportiva e financeira para os clubes).
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