Numa manhã de 1982 cheguei à Rádio Educadora na expectativa de mais um estágio de Jornalismo. Na portaria me indicaram quem eu deveria procurar. Entrei na sala que era a redação da emissora e dei de cara com um sujeito boa praça, que parecia me conhecer há muito tempo. Era Cleomar Brandi, pernas paralisadas, sentado em uma cadeira de rodas e, de pronto, animado para me mostrar as instalações da rádio. Eu, com minha bolsa de couro a tiracolo, sandálias de pneu, me entusiasmei. Pô, um estagiário sendo recebido com toda aquela deferência pelo chefe do Jornalismo da emissora alternativa da cidade?
Desde aquele dia eu e Brandi ficamos amigos. E a amizade ficou mais forte quando ele teve certeza que eu não ficava com nenhum medo de pegar carona no carro equipado para deficientes físicos. Era o primeiro carro que eu via assim. Carona todos os dias, Alto do Sobradinho a Caetano Moura, onde eu morava. Ele me deixava na porta de casa e saía a 100 por hora.
Quando íamos para Arembepe – Brandi teve uma casa lá – o carro ia mais cheio, amigos e amigas felizes com a presença daquela figura cabeluda, barbuda e um humor e inteligência à flor da pele.
Foi assim até quando Brandi avisou que estava indo para Aracaju. Não estava mais curtindo o processo produtivo da rádio, queria respirar novos ares.
Só o vi, em Aracaju, uma vez. Ele e a sua inseparável mãe. Muito bonita a amizade deles dois.
Tempos depois trabalhei com Chico Neto, então chefe de reportagem de A Tarde, irmão de Cleomar Brandi, e tão fera na profissão quanto o mano.
Domingo, 17 de julho, o homem que criou o jornalismo na Rádio Educadora morreu. Como homenagem passo para os leitores desse blog algumas informações de jornalistas de Aracaju. E meu eterno agradecimento a Cleomar Brandi, que deixou uma lição de vida, acima de tudo, para todas as pessoas. Viver sem choramingar por qualquer coisa, ter otimismo e esperança, eram os princípios do boêmio, escritor, jornalista, cidadão Cleomar Brandi, que jamais se queixava da sua condição nem via nela limites para o que queria fazer. E mesmo sabendo que estava partindo não se furtou a deixar uma crônica para os amigos, convidando-os para a última saideira, logo após o sepultamento, o seu sepultamento.
Cleomar Brandi foi uma grande personalidade. Sabia muito de música, rádio, comunicação em geral. E apesar de ter limitações físicas (paralítico das pernas), sempre estava com um sorriso, dirigia seu próprio carro, liderava os bate-papos.
Pesquisando na internet cheguei a esse blog. Gostei muito. E encontrei essa homenagem tão justa e interessante para Cleomar. Um amigo. Eu o conheci quando ele era da Rádio Educadora.
Cleomar era um ser maravilhoso,professor da vida e das palavras,um ser humano que muitos faziam questão de estar em companhia , por ser amigo, generoso e ter muito o que ensinar da vida, eu particularmente me sentia leiga perto dele e aprendi bastante sobre a vida e o que realmente importa nela graças a ele. Eu participei da última saideira e foi muito emocionante,com certeza ele está ao lado de Deus….
Caro Bonfim:
É muito bonito ler todas essas coisas sobre Cleomar, grande irmão. Os amigos de Aracaju já criaram uma piada com ele na porta do céu. Ele, que desafiou a morte várias vezes e chegou, no ano passado, a ficar 22 dias na UTI, já chegou pedindo um Domecq, e São Pedro respondeu: “Não tem Domeq não”. “Como não, eu sou Cleomar Brandi”. e São Pedro respondeu: “É que você já marcou comigo dez vezes e não apareceu”.
Abraço Chico Ribeiro Nerto
Pelo que li e escutei de amigos como Tasso Franco e Rita Birita (Tavares) o cara era gente boa de tudo. Pena que esse mundinho nosso de merda esteja a cada dia ficando mais pobre, sendo escolhidos para “irem” os melhores. Tive com Matheus Matéria, filho do Chico, portanto, sobrinho do Cleomar, que confirmou a estória da cerveja estar paga. Deixou R$300,00 para a turma consumir no bar.
Grande abraço do amigo P Bina.
O destino une e separa as pessoas
mas nenhuma força é tão grande
para fazer esquecer pessoas
que por algum motivo
um dia nos fizeram felizes.
Tive o privilégio de conhecer Cleomar e sua familia aos 7 anos de idade, nosso vizinho na usina D. João reconcavo bahiano.
Todos os dias ia a sua casa observar os desenhos que fazia em folhas de cartolina, rencontrando-o tempos mais tarde em Aracaju com o mesmo dinamismo e amor pela a vida.
Cristiano Albuquerque
Linda homenagem menino, aliàs feliz de quem te encontra nos caminhos da vida e quem pode dizer a frase ” Meu amigo Bomfim” , vc sempre usando sàbias palavras pala escrever textos maravilhosos continue assim e sucessos sempre.
Não fui amigo nem tive o prazer de trabalhar com Cleomar, mas não esqueço o dia que fui a sua casa comer um sarapatel, na verdade o convidado foi Bomfim, eu fui de bicão, no entanto não esqueço como fomos tão bem tratados.Valeu a homenagem.
Bonita homenagem, Bonfim! Esse-aquele nosso amigo Cleomar deixou meu coração cheio de fé no ser humano. Não há quem não tenha dele sempre boas lembranças. Também fiz minha homenagem a ele e à minha sorte de havê-lo conhecido (também na Educadora, lembra?) e sinto um gosto meio travoso de não haver curtido mais a sua presença. Por causa de Cleomar virei Rita Birita, mesmo sem tomar um só gole de álcool. Me embriago, sim, com presenças tão humanas, tão bonitas, tão inteiras e tão nobres. Espero também que me guarde um banquinho no boteco do céu! Beijos.
Olá Rita
Há quanto tempo!
É verdade, nossas lembranças da Educadora são as melhores e mais felizes, sempre da época em que estivemos juntos com o Cleomar Brandi. Cheios de esperança por um país melhor tínhamos muito prazer em trabalhar. Era muito legal.
Beijos
Cleomar era um amigo, uma figura do bem, que nos dava exemplo de vida todos os dias, com sua coragem, destemor, alegria de viver… convivi com ele na nossa Educadora, anos, e tb estive com ele várias vezes em Aracaju, onde trabalhou em jornais e tv … boêmio, poeta, artista da vida. A morte é pior pra quem fica, acredite.
abrs
barreto
Tem pessoas que quando a gente ouve contar acha uma pena não ter tido a oportunidade de conhecer. Não pude deixar de me emocionar ao ler A última saideira. Contive o choro – não de todo – em repeito a esse homem que não conheci, mas que merece um sorriso carinhoso em homenagem singela, já que foi com alegria que coloriu a vida.
Dom Brown,
Cleomar deve agora estar no botequim do céu, tomando uma com São Pedro. Grande figura, cuja convivência perdemos desde que ele se exilou em Aracaju. Além de você, foi Cleomar quem me recebeu de “abraços abertos“ na Rádio Educadora. Uma figura decente, honesta e, como você bem descreveu, sempre de bem com a vida, apesar das vicissitudes.
Precisamos tomar uma em honra do amigo que, agora, partiu para um exílio perpétuo.
Um grande abraço,
Pô, Brown, linda homenagem! Hoje também, lendo a notícia sobre a morte dessa figuraça, lembrei da farra que fizemos lá em Aracaju, no bar predileto dele na época (não lembro o nome, se era o mesmo bar do Camilo), com Beto e Ceres. Tenho fotos desse dia.
A última homenagem tinha mesmo que terminar em samba
Cleomar Brandi foi uma grande personalidade. Sabia muito de música, rádio, comunicação em geral. E apesar de ter limitações físicas (paralítico das pernas), sempre estava com um sorriso, dirigia seu próprio carro, liderava os bate-papos.
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Pesquisando na internet cheguei a esse blog. Gostei muito. E encontrei essa homenagem tão justa e interessante para Cleomar. Um amigo. Eu o conheci quando ele era da Rádio Educadora.
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Cleomar era um ser maravilhoso,professor da vida e das palavras,um ser humano que muitos faziam questão de estar em companhia , por ser amigo, generoso e ter muito o que ensinar da vida, eu particularmente me sentia leiga perto dele e aprendi bastante sobre a vida e o que realmente importa nela graças a ele. Eu participei da última saideira e foi muito emocionante,com certeza ele está ao lado de Deus….
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Como adquirir o livro de cronicas do Cleomar?
Aqui em Natal não se encontra.
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Talvez falando com Chico Neto, irmão de Cleomar, você consiga saber como adquirir o livro. E-mail de Chico: chicoribe@gmail.com
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Caro Bonfim:
É muito bonito ler todas essas coisas sobre Cleomar, grande irmão. Os amigos de Aracaju já criaram uma piada com ele na porta do céu. Ele, que desafiou a morte várias vezes e chegou, no ano passado, a ficar 22 dias na UTI, já chegou pedindo um Domecq, e São Pedro respondeu: “Não tem Domeq não”. “Como não, eu sou Cleomar Brandi”. e São Pedro respondeu: “É que você já marcou comigo dez vezes e não apareceu”.
Abraço Chico Ribeiro Nerto
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Valeu a presença, Chico!
Abraços
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Bomfa:
Me lembro muito dele com toda disposição para viver, apesar da limitação física. Tenho certeza que está um um bom lugar!
Abs,
Leiloca.
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Caro Brown
Pelo que li e escutei de amigos como Tasso Franco e Rita Birita (Tavares) o cara era gente boa de tudo. Pena que esse mundinho nosso de merda esteja a cada dia ficando mais pobre, sendo escolhidos para “irem” os melhores. Tive com Matheus Matéria, filho do Chico, portanto, sobrinho do Cleomar, que confirmou a estória da cerveja estar paga. Deixou R$300,00 para a turma consumir no bar.
Grande abraço do amigo P Bina.
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O destino une e separa as pessoas
mas nenhuma força é tão grande
para fazer esquecer pessoas
que por algum motivo
um dia nos fizeram felizes.
Tive o privilégio de conhecer Cleomar e sua familia aos 7 anos de idade, nosso vizinho na usina D. João reconcavo bahiano.
Todos os dias ia a sua casa observar os desenhos que fazia em folhas de cartolina, rencontrando-o tempos mais tarde em Aracaju com o mesmo dinamismo e amor pela a vida.
Cristiano Albuquerque
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Linda homenagem menino, aliàs feliz de quem te encontra nos caminhos da vida e quem pode dizer a frase ” Meu amigo Bomfim” , vc sempre usando sàbias palavras pala escrever textos maravilhosos continue assim e sucessos sempre.
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Não fui amigo nem tive o prazer de trabalhar com Cleomar, mas não esqueço o dia que fui a sua casa comer um sarapatel, na verdade o convidado foi Bomfim, eu fui de bicão, no entanto não esqueço como fomos tão bem tratados.Valeu a homenagem.
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Porra Brown,que figura.É uma pena nunca ter oportunidade de tomar uma com ele.Vá em paz companheiro.Talvez na proxima!
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Meu amigo que lindo comentário!
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Bonita homenagem, Bonfim! Esse-aquele nosso amigo Cleomar deixou meu coração cheio de fé no ser humano. Não há quem não tenha dele sempre boas lembranças. Também fiz minha homenagem a ele e à minha sorte de havê-lo conhecido (também na Educadora, lembra?) e sinto um gosto meio travoso de não haver curtido mais a sua presença. Por causa de Cleomar virei Rita Birita, mesmo sem tomar um só gole de álcool. Me embriago, sim, com presenças tão humanas, tão bonitas, tão inteiras e tão nobres. Espero também que me guarde um banquinho no boteco do céu! Beijos.
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Olá Rita
Há quanto tempo!
É verdade, nossas lembranças da Educadora são as melhores e mais felizes, sempre da época em que estivemos juntos com o Cleomar Brandi. Cheios de esperança por um país melhor tínhamos muito prazer em trabalhar. Era muito legal.
Beijos
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Não sabia, Bomfa. Grande perda. Conheci Cleomar quando também estagiei com ele. Assino suas palavras. Agora ele foi para a São Pedro FM.
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O texto foi para o Notícia Capital (http://noticiacapital.com.br/), garoto.
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Cleomar era um amigo, uma figura do bem, que nos dava exemplo de vida todos os dias, com sua coragem, destemor, alegria de viver… convivi com ele na nossa Educadora, anos, e tb estive com ele várias vezes em Aracaju, onde trabalhou em jornais e tv … boêmio, poeta, artista da vida. A morte é pior pra quem fica, acredite.
abrs
barreto
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Tem pessoas que quando a gente ouve contar acha uma pena não ter tido a oportunidade de conhecer. Não pude deixar de me emocionar ao ler A última saideira. Contive o choro – não de todo – em repeito a esse homem que não conheci, mas que merece um sorriso carinhoso em homenagem singela, já que foi com alegria que coloriu a vida.
Muito bonita sua homenagem, meu bem. Um beijo
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Que lindo, Bomfim, fiquei emocionada, tentando ver as cenas. Você, como sempre, amigo e sensível.
Grande abraço!
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Ah, Bonfa – dessa vz Cleomar tá fazendo festa no outro lado com sua ruidosa alegria…
nosso pesar pela falta que faz ao mundo presenças como a dele…
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Dom Brown,
Cleomar deve agora estar no botequim do céu, tomando uma com São Pedro. Grande figura, cuja convivência perdemos desde que ele se exilou em Aracaju. Além de você, foi Cleomar quem me recebeu de “abraços abertos“ na Rádio Educadora. Uma figura decente, honesta e, como você bem descreveu, sempre de bem com a vida, apesar das vicissitudes.
Precisamos tomar uma em honra do amigo que, agora, partiu para um exílio perpétuo.
Um grande abraço,
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Pô, Brown, linda homenagem! Hoje também, lendo a notícia sobre a morte dessa figuraça, lembrei da farra que fizemos lá em Aracaju, no bar predileto dele na época (não lembro o nome, se era o mesmo bar do Camilo), com Beto e Ceres. Tenho fotos desse dia.
A última homenagem tinha mesmo que terminar em samba
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