Jovens de classe média atacam, desembargador impede prisão dos criminosos, mas promotora consegue mandar interná-los

Suspeito deixa delegacia (Foto: Roney Domingos/G1)

Volta e meia e a imprensa informa ao público que “jovens de classe média alta agridem”. E agridem outros jovens, homossexuais, agridem empregadas domésticas, agridem a mãe. E saltam para o estágio seguinte, matam mãe e pai, ou matam a filha criança.

As histórias são muitas e, infelizmente, verdadeiras. E essas são as que chegam aos jornais, sites, blogs, emissoras de TV e rádio. Sem falar nas tantas que ficam confinadas nas casas dos agressores e agredidos. Com filhos agressores, sofrem mais as mães, principalmente aquelas que criaram os jovens monstros sozinhas, na marra, deixando o lazer para trabalhar e trabalhar e oferecer uma vida digna aos filhos. Muitos desses retribuem com palavras duras, xingamentos, e no estágio seguinte agressões e assassinatos.

É a realidade.

No momento atual as emissoras disputam para ver quem mais consegue provas de vídeo contra o grupo de “mal criados” filhos da classe média alta paulistana que simplesmente resolveu agredir dois grupos de jovens homossexuais, um grupo de cada vez. O que que há? Para agredir eles conseguem pensar.

No entanto, o que mais me chamou a atenção desde o início das reportagens sobre o assunto foi o fato do desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, que impediu que os agressores ficassem presos, não ter seu nome falado na imprensa. Ninguém fala o nome do todo-poderoso, quem sabe amigo dos familiares dos agressores ou chapa do advogado (e como cresce a contratação de advogados amigos de juízes e desembargadores! Não se contrata mais esses profissionais pelo saber jurídico, mas sim pela competência com que exerce a RP, relações pessoais-profissionais, com a turma que manda prender e manda soltar!).

Um advogado dos agressores fez o que se esperava: mentiu nas entrevistas, disse que seu cliente recebeu cantada de um gay, não gostou e devido a insistência resolveu agredir o rapaz. Uma mãe de  um dos agressores minimizou o problema “ah, eles foram para uma balada depois teve um briga de rua”. Outra mãe chegou a pedir a prisão da criatura que gerou. Soube-se depois que a mãe que deu sinal para o filho continuar agredindo, ao amenizar o acontecimento, já foi agredida pelo filho.

Mas e o nome do desembargador, por que não se fala? Dizer que a Justiça mandou soltar é deturpar o sentido de justiça e até do Poder Judiciário. Tem que dar nome aos bois, no caso não sabemos se boi ou vaca.

Nesta terça-feira, 23, finalmente conseguiu-se algo positivo em nome da cidadania: o G1 informa que “Quatro adolescentes tiveram a internação provisória na Fundação Casa decretada pela 1ª Vara da Infância e Juventude de São Paulo, nesta terça-feira (23), a pedido da promotora da Infância e Juventude Ana Laura Lunardelli, de acordo com a assessoria de imprensa do Ministério Público de São Paulo”.

Vamos às reportagens:

Bom dia Brasil – TV Globo – 19/11/2010 – Câmera de prédio registra agressão a jovens na Av. Paulista no domingo

G1 – São Paulo – 23/11/2010 – Novas imagens mostram agressão na Paulista

‘Houve uma agressão covarde’, afirma delegado que investiga o caso

Segurança diz que agressão na Paulista teve motivação homofóbica

MP analisa vídeo de agressão para saber se pede internação de menores

Grupo usou lâmpadas como bastão para agredir jovem na Paulista

Mãe defende punição para o próprio filho após agressões na Av. Paulista

E muito mais:

A polícia disse haver indícios de homofobia nas agressões

 

Acusados de agressão na av. Paulista colecionam “expulsões” de escolas


9 comentários sobre “Jovens de classe média atacam, desembargador impede prisão dos criminosos, mas promotora consegue mandar interná-los

  1. Vamos parar de chamar de criança esse mostros marginal isso sim que eles são meninos briga no tapa xinga a mae do outro nao faz o que esse chamado de crianças faz as marginal vamos mudar a lei

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  2. São monstros criados por outros – omissos ou permissivos, inclusive pelos que usam a Justiça em vão.. Deus santo! onde vamos parar?

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  3. Terrivel tudo isso, pior ainda… o tipo de educação e cinismo destilados pela mãe de um dos agressores. A certeza da impunidade gera esses tipos de monstros; mas companheiro, eu acredito em mudança do vento, em justiça divina e milagres… agora ta na hora da sociedade e as instituições públicas fazerem a sua parte – aplicarem o rigor da lei! chega da “Justiça” “liberar” filhinhos de papais e mamães.

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